domingo, 9 de agosto de 2009

Miradouro da Boca das Voltas, São Jorge


Minha irmã Conceição já nos tinha apresentado um casal amigo – Lino Figueira, industrial na área das instalações de gás e painéis solares, e a esposa, Rubina, enfermeira, aposentada – dois amantes da serra madeirense e do Continente, que conhecem bem, que nos convidaram para um piquenique em São Jorge, no concelho de Santana, onde, nas suas deambulações de jipe, tinham descoberto um sítio ideal para uma espetada, com linda vista panorâmica sobre as povoações vizinhas – o Miradouro da Boca das Voltas.
Aceite o convite, no sábado, dia 11, cerca das 9 horas, chegaram o amigo Lino e a esposa em dois carros: um confortável Citroën C5, preto, com ar condicionado e dispositivo para levantar e baixar a carroceria, e um Land Rover, todo-o terreno, com duas caixas frigoríficas atrás, onde já seguia a carne que o Lino e o Florentino, entretanto, haviam comprado, bebidas, água, grelhas de ferro e um molho de retorcidas parreiras secas para o braseiro. Feitos os cumprimentos, o amigo Lino, pessoa muito alegre e expansiva, convidou-me, piscando o olho, maroteiramente, para irmos no jipe os três. A esposa imediatamente interveio, sugerindo que eu fosse no carro dela, que viajaria mais confortavelmente, que no jipe iria apertado. Perante estes argumentos fortes, não hesitei. Entrei no automóvel, onde, atrás, seguiam a Rosinha, minha irmã, e a Joana sua neta.
Arrancámos para o Monte, onde subimos para o Terreiro da Luta e dali para a serra. A determinada altura do percurso, estivemos no Pico Alto (1129 m), de onde se tem uma vista admirável sobre todo o Funchal e existe uma rampa de largada de pára-pente. Seguimos depois, com várias paragens para «molhar» as goelas, para o Ribeiro Frio, São Roque do Faial, Faial, Santana e São Jorge. Nesta última freguesia, pouco antes das Cabanas, saímos da estrada principal para tomar um caminho agrícola, à esquerda, onde deixámos o Citroën e saltámos para o Land Rover, subindo depois por uma azinhaga, cheia de buracos e grandes sulcos provocados pelas chuvas. Iam três pessoas à frente e quatro atrás, estas apertadas pela lenha, os espetos de louro e o material de apoio, mal sentadas e inseguras, rindo e gemendo com os solavancos nos buracos e nos sulcos do caminho. Ao fim de 20 «penosos» minutos, chegámos ao Miradouro da Boca das Voltas. Nunca eu ou a Rosinha tínhamos andado de «Land Rover». Foi uma aventura divertida, inesquecível!
Apesar do tempo não estar totalmente descoberto quando chegámos, melhorou gradualmente, acabando por fazer sol. A paisagem do local é na verdade formidável. Do lado esquerdo do miradouro, num vale densamente arborizado, fica o sítio da Falca; à frente, primeiro São Jorge e depois, também à esquerda, Boaventura, e mais longe, junto do mar, Ponta Delgada.
Iniciámos o «piquenique» com uma sardinhada e salada de alface e tomate, a que se seguiu uma espetada de saborosa carne de vaca, tudo bem regado de vinho alentejano. No final, empaturrado e com sono, pedi licença e dormi uma soneca em cima de uma mesa de cimento próxima, porque as ervas não são cama de confiança. Quando acordei, estavam a conversar com um simpático pastor do Faial, que andava a passear pela zona sozinho. Pouco depois, já aliviados de grande parte da lenha que antes atrapalhara, descemos. Foi mais suave e mais vagarosa a descida. Não havia que acelerar, como na subida.
Passámos os cinco para o cómodo Citroën. Seguimos para o Miradouro das Cabanas, Arco de São Jorge, Ribeira Funda, Fajã do Penedo, Boaventura, Ponta Delgada e São Vicente, com várias paragens, onde admirámos várias paisagens. No Seixal, visitámos a zona agrícola do Parque Natural, seguindo depois para São Vicente, Rosário, Ribeira Brava, onde fomos à poncha, e seguimos directos na via rápida para o Funchal.
Ao amigo Lino e a sua esposa, os nossos agradecimentos pelo passeio e pela aventura!
Vejam aqui as fotos, fazendo «download» e escrevendo os quatro caracteres. Depois é só abrir.

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